Todos devemos concordar que o rock nacional não é mais o
mesmo do que era nos anos 80/90, porém não quer dizer que não esteja saindo
mais coisas boas ainda de estúdios, juntamente com as formações de bandas
novas. Um grande exemplo disso é o álbum “Éter”, lançado em 2015 pela banda
Scalene, banda formada em 2009. O disco
contém sonoridade e temática que trazem uma sensação de busca pela
transcendência e evolução pessoal.
A faixa que abre o álbum, é a “Sublimação”. Essa música
resumi muito bem o resto do disco, com várias mensagens ligadas a autonomia e
um novo recomeço pessoal.
“Histeria”, traz a
relação do homem com o vício, seja lá qual for ele. Os lados bons e ruins que
esse vício possa lhe trazer, e que você terá que abraça-lo para vencê-lo.
“Náufrago”,
tem a mesma ideia que essa postagem. Fala sobre a situação atual do rock
nacional, que não devemos desistir, e sim todos se juntarem e deixar tudo fluir
naturalmente nesse novo tempo que vivemos. E é até considerada um hino em shows
“Loucure-se”, traz de volta a ideia de autonomia. A letra
fala sobre você abraçar quem você é de verdade, e você se sentir confortável
com você mesmo, e tudo isso será importante para surgir o livre arbítrio em si.
O fim do álbum não poderia ter sido melhor. “Legado” traz
umas das melodias mais linda já vista em minha vida. Como o nome já diz, a
música fala sobre qual será nosso legado deixado na terra depois de partirmos,
o que iremos deixar pra os outros seres, e como iremos atrás disso.
Essa semana decidi de última hora falar sobre um disco do
eterno roqueiro Erasmo Carlos. O disco escolhido foi o ‘Sexo’ de 2011, que
seguindo a pegada de seu antecessor, Rock n’roll de 2009, porém com mais
baladas, traz ótimas canções do puro e genuíno rock n’roll.
Acostumado a cantar o amor, nesse disco, o Tremendão vai
além, com versos diretos e de pura poesia, quando o assunto é o sexo. ‘Kamasutra’,
parceria com Arnaldo Antunes, traz uma letra clara, onde cita toda uma relação
sexual, baseada no famoso livro indiano.
Confira clicando no video
Em ‘Roupa Suja’, mais uma parceria com o ex-Titãs, Erasmo
canta de forma direta: “E de mim, quer o quê? Ser feliz, ter prazer? Quer
gozar, quer sofrer? Me amar, me foder?”
De forma romântica, o disco nos apresenta ‘Apaixocólico
Anônimo’, uma linda canção de amor, que narra de forma poética o prazer pelo
sexo oral. Acompanhado de guitarras leves e um piano dando um tom suave, o
velho roqueiro embala os versos: “Jamais esqueci o gosto e o que provocou em
mim; Parecia que eu bebia tudo que você sentia; Vi fogos de artifício como o
céu de um vício; Me tentando, me levando...”
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“Seu irmão, seu patrão, seu bebê, sou seu homem mulher”, verso
da parceria do Tremendão com Adriana Calcanhotto, ‘Seu Homem Mulher’, mostra
que assim como em 1981, o homem continua dependente e carente da força da
mulher. A música ainda conta com a participação de Roberto Frejat nas
guitarras.
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Na sequência, ‘Santas Mulheres Santas’, é um culto, uma
adoração, a imagem da mulher. Uma ótima balada com uma bela instrumentalização
da Filhos da Judith, banda de apoio que há alguns anos já acompanha o velho
roqueiro.
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‘Vênus e Marte’, parceria com Nelson Motta, lembra muito a
fase setentista do cantor, com versos inspiradores, da maior escala do
romantismo: “Era pra ser mais um beijo, um capricho, um desejo, uma nova ilusão;
Era pra ser mais um round, mas eu fui ao chão”. No álbum, Nelson Motta ainda
assina ‘E Nem me Disse Adeus’.
O rock continua em boa pegada quando chega ‘O Rosto do Rei’
(Erasmo e Liminha) e a ótima ‘Sexo e Humor’, relembrando os velhos rock’s dos
anos 50.
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O disco encerra com a ótima - quiçá a melhor do disco - ‘Sexo
é Vida’. “Obrigado mãe, obrigado pai; O gozo do sexo de vocês, de mim não sai;
Se foi com amor foi melhor ainda; Trouxe o sentimento pra emoção da minha
vinda”. Destaque ainda para a bela arte de capa e pela produção
sempre impecável do velho Liminha. Diferente de seu parceiro de outrora, o gigante gentil, Erasmo
Carlos, é o mesmo rock n’roll de antes!
O termo Jam Session em outras palavras significa tocar sem saber o que vem à frente, de improvisação, algo bem comum entre músicos de vários estilos
Confira a JAM proporcionada pelo amigo Júnior Ferreira
Vamos conhecer um pouco sobre os participantes na ordem do vídeo
O primeiro participante é o Guiliano Ghisi
começou a tocar guitarra em 1988 influenciado pelo Jimi Hendrix em seguinte conheceu outros nomes de música tais como: Jimmy Page, David Gilmour, Bireli Lagrene entre outros
Ghisi enfrentou dificuldades como o pouco acesso a matérias de estudo, bons instrumentos, industria musical incipiente sem falar da internet que nem existia na época
O músico tem composições de sua autoria, mais adora improvisar e fazer versão de músicas conhecidas
Sobre a Jam
"Foi muito legal participar, principalmente estando tão distante geograficamente. Eu conheço todos apenas virtualmente"
Equipamentos usados no vídeo
Suhr S1 com pickups Aldrich
Hermida Zen Drive
Plugin Scuffham S-GEAR, simulando Mesa Boogie
O segundo participante é o Ricardo Leão
Ricardo iniciou sua trajetória musical com o violão com 12 anos de idade isso em 1989, toca guitarra há 4 anos
Tocando na noite as principais referencias do Ricardo são: Djavan, Chico Buarque, Milton Nascimento, Ivan Lins e alguns artistas internacionais tais como: Eric Clapton, Beatles na onda do Blues no qual o mesmo vem estudando com frequência seus heróis são: Robben Ford e Josh Smith
Passando algumas dificuldades no inicio o músico autodidata passava horas e horas tirando algumas harmonias de ouvido o que ajudou e muito na formação musical do mesmo, além de enfrentar preconceitos quando vivia da música, o que é bem comum no nosso meio, já que algumas pessoas não vêem música como profissão
Sobre a Jam
"Já conhecia o Giuliano de vídeos no facebook. Já havia participado de outra jam virtual com o Junior e tambem conhecia seus videos pela internet"
Equipamentos usados no vídeo
Guitarra: Music Maker TLS
Amp: T Miranda Classic Deluxe Reverb
Pedais: Mad Professor Simble e Strymon Flint
Terceiro participante da Jam Júnior Ferreira
Por volta dos 15 anos Júnior começou a tocar violão, influenciado pelo Mark Knopfler ( Dire Straits ) o músico ficou encantado ao ouvir a música Money For Nothing, tempos depois ouve um guitarrista chamado Slash e a sua banda na época o Guns N' Roses o álbum era Use Your Illusion depois surgiram nomes como Clapton, Joe Bonamassa, Jeff Beck entre outros
Com a falta de informação o músico não tinha acesso a matérias de estudo e bons instrumentos, o que é bem diferente nos dias de hoje.
Júnior não vive da música, sua renda não depende da mesma, mais isso nunca o impediu de tentar aprender mais e obter bons instrumentos.
O músico tem músicas autorais e está trabalhando em algumas canções na promessa de lançar material inédito na internet o mesmo também adora improvisar em outras músicas o que segundo ele, abre a mente para compor.
Sobre a Jam
"Sempre fui fã dos videos do Giuliano e do Ricardo, você (Paulo) eu conheci através do nosso amigo Raniere já é a segunda JAM..hehe"
Equipamentos usados no vídeo
Gibson Tribute 60s ( Gibson Mini Humbucker Pickups )
Pedais: Boss BD-2 + Black Horse ( king Pedals ) + MXR Carbon Copy
Amp: Laney Cub 12r
Shure sm57/PreSonus Audio Box USB/ DAW Reaper
O último participante é o Paulo Roberto
Bom, falar de mim mesmo é bronca (Risos) mais caso algum se interesse tem meu perfil aqui no Blog.
Sobre a Jam,
"Foi uma honra participar com vocês, conhecer vocês, me sinto lisonjeado em dividir esse espaço com vocês, não conhecia o Guiliano e o Ricardo, esse é o bom da música, fazer novos amigos, dividir experiencias e aprendizado"
Equipamentos usados no vídeo
Guitarra - Fender American Special Stratocaster HSS
Pedaleira - POD HD 500 Line6
Fevereiro, mês do carnaval, pra muitos, mês de curtir samba e
axé. Mas Carnaval também pode ser rock n’roll, e em 1988, o Barão Vermelho
lançava o disco ‘Carnaval’, aquele que pra mim, é o melhor da banda.
O grupo mantinha a pegada Hard Rock e Blues de outros tempos,
mas agora usando um pouco mais de distorção nas guitarras de Roberto Frejat e
Fernando Magalhães.
‘Pense e Dance’, tema de novela na rede globo, tornou-se um
grande sucesso da banda. A música trás excelentes riffs e solos de guitarra. Na
letra, o grupo ainda faz referência citando uma frase do roqueiro Lobão:
“Saudações a quem tem coragem”.
Confira.
A terceira faixa, ‘Não me Acabo’, é uma composição dos
ex-Titãs Arnaldo Antunes e Paulo Miklos. Pra mim, é a melhor musica do disco,
ótimo riff, bateria bem trabalhada por Guto Goffi e uma letra de puro rock
n’roll, onde no refrão tem os versos: “Eu cuido da minha saúde; Eu sempre tive
virtudes; Eu não vou me destruir; Mas também não deixo de me divertir”.
Certa vez, um professor e amigo (Mario Junior) me disse que
Guto Goffi é um dos maiores compositores do rock nacional. Um bom exemplo está
na faixa ‘Nunca Existiu Pecado’, em parceria com Frejat: “Por mais liberdade
que eu anseie; Esbarro em repressões fascistas; Mas to a margem disso tudo;
Desse mundo escuro e sujo; Não tenho medo de amar; Pra mim nunca existiu
pecado”
Confira
O rockão ‘Quem Me Escuta’ é uma pedrada sonora de bom rock
n’roll, pra alegrar qualquer manhã de folga. Em seguida, a forte e pesada
‘Selvagem’: “Eu tenho a fome dos lobos; A sede dos bandidos”.
confira
A faixa título, ‘Carnaval’, uma das minhas favoritas, trás os
versos: “Vem bailar comigo; Vem me abocanhar; Sua saia preta eu posso
estraçalhar”. Nesse disco, não posso esquecer-me de mencionar também, o ótimo
trabalho de percussão do percussionista Peninha, que perdemos em setembro de
2016.
O
disco ainda trás parcerias com o seu ex-vocalista Cazuza em ‘Rock da
Descerebração’, Arnaldo Antunes em Lente e Humberto Gessinger em O Que Você Faz
a Noite.